A produção de enunciados de atividades e tarefas de leitura e escrita no estágio docente de língua portuguesa

Abstract

Elaborar enunciados de atividades e tarefas é uma prática típica da atuação docente. Pensando nisso, questionamos como os alunos pré-concluintes em Letras Língua Portuguesa elaboram os enunciados de atividades e tarefas escolares de leitura e escrita, que contribuam com o potencial cognitivo-interacional na Educação Básica e de que maneira esses enunciados favorecem a aprendizagem da prática de escrever em contínuo com a prática de ler, bem como questionamos sobre quais conhecimentos teórico-pedagógicos são considerados na formulação dessas atividades e tarefas na prática de estágio supervisionado. Objetivamos analisar as produções de atividades de escrita realizadas pelos alunos-estagiários do curso de Letras Língua Portuguesa, da Universidade Estadual da Paraíba. Os objetivos específicos são:(1) averiguar de que maneira atividades se constituem como de fixação ou verificação de conteúdos; (2) identificar e interpretar os objetivos de aprendizagem a serem alcançados a partir dos enunciados produzidos; (3) discutir a aprendizagem de escrita em contínuo de atividades de leitura através das atividades elaboradas; (4) compreender as teorias de ensino-aprendizagem utilizadas pelos estagiários nas produções de atividades e tarefas escolares que possibilitam o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Esta pesquisa qualitativa, de caráter descritivo-interpretativa, é desenvolvida através das categorias de análise: (1) Atividades com predomínio de comandos/objetivos implícitos; (2)Atividades com predomínio de comandos/objetivos explícitos. Nossa análise parte de aporte teórico com: Araújo (2014), que trata sobre enunciados de atividades; Antunes (2003; 2009) e Oliveira (2010), que discutem a formação e o ensino de Língua Portuguesa; assim como Tardif (2010), que contribui com as discussões sobre os saberes docentes e formação profissional, dentre outros. Os resultados da análise apontam para o fato de que os professores em formação inicial, apesar de não terem experiência com a prática de elaborar enunciados, recurso pedagógico não sistematizado na graduação, conseguem mostrar um desenvolvimento significativo na elaboração de atividades e tarefas escolares, mobilizando práticas interacionistas de ensino, em que a satisfatoriedade alcançada nessa elaboração é consequência de um processo de aprendizagem, que leva em consideração o trabalho entre leitura e escrita em contínuo.