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Considerando que a cultura visual é bastante atrativa para as crianças, o trabalho didático-pedagógico com o cinema de animação constitui-se, tanto em uma importante ferramenta pedagógica, quanto em possibilidades de investigação na perspectiva do professor como investigador de sua própria prática. Nessa linha, buscamos abordar, a partir do cinema, as questões de gênero e suas representações, tendo como cerne de averiguação os alunos de minha sala de aula, composta por crianças que têm entre 9 e 12 anos e cursam o 5º ano do ensino fundamental no Instituto Criança Esperança, localizado na cidade de Campina Grande – PB. Visamos, deste modo, explorar as representações sociais construídas sobre os padrões feminino e masculino, o que é considerado próprio, normal e diferente em cada gênero e como os mesmos veem as dissimetrias socialmente construídas a partir dos seres homem e mulher. Para a coleta de dados, fizemos uso da exibição do filme de animação Mulan (1998), dirigido por Tony Bancroft e Barry Cook, elaboramos instrumentais com a temática para aplicação em sala e posterior análise, registro em diário de campo das observações e discussões com a turma, leitura e síntese de literatura acadêmica sobre a temática. Na ocasião da análise dos dados coletados na pesquisa etnográfica, buscamos fundamentação teórica nos conceitos de gênero, representados por Scott (1994) e Haraway (2004), identidade de gênero, em Louro (1997), (2008) e Fleuri (2003), modelos de feminilidade e masculinidade em Paechter (2009), cultura infantil na contemporaneidade em Giroux (1995) e Cavalcanti (2008), dentre outros. Na articulação entre cinema e educação nos apoiamos em Duarte (2002), Napolitano (2003), Fantin (2012) e Barquete (2017); cinema de animação em Pinto (2009) e Rael (2010). Dando prosseguimento, na análise dos dados utilizamos ainda a abordagem metodológica qualitativa proposta por Minayo (2010), Mattos (2011) e André (2008); nas reflexões sobre o professor como investigador de sua prática pedagógica nos utilizamos de Nóvoa (2001), Alarcão (2001) e Zeichner (1993). Os resultados da pesquisa nos mostraram que os alunos percebem o gênero na sua forma mais tradicional, ou seja, o concebe de acordo com a diferença biológica, pois entendem que os padrões de masculinidade e feminilidade socialmente esperados são diferentes, embora ambos possuam os mesmos direitos e deveres como qualquer cidadão e devam ser respeitados e valorizados da mesma forma. |
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