Resumo:
Este artigo organiza-se em torno das representações da violência contra a mulher presente na obra Ah, é?(1994) de Dalton Trevisan e tem como objetivo analisar de que modo os narradores expõem a cultura do estupro, presente nos minicontos da obra de Trevisan, demonstrando o silenciamento imposto à mulher. Nessa perspectiva, tem-se a chamada falsa cultura do estupro, em que a mulher passa a ser abusada e tratada como objeto, subordinada ao gênero masculino. Para tal investigação, o método utilizado constituiu-se da leitura teórico-analítica da obra supracitada, tendo como base autores como Ostermann e Fontana (2010), Messeder(2008), Nolasco (2006,1995), dentre outros. Nesse contexto, traçamos uma relevante discussão, mostrando como os minicontos da obra reproduzem estereótipos impregnados de preconceitos e estigmas relacionados às mulheres, momento em que os narradores obliteram as falas das personagens, dando mais liberdade às ações masculinas que figuram nas narrativas, como saturadas de poder. A partir dos resultados obtidos, em nossa análise, defendemos a necessidade da recaracterização dos processos de igualdade de gênero, para que haja respeito e repúdio contra a objetificação feminina e criticamos a prática do estupro na cultura brasileira.
Descrição:
BENTO, F. dos S. O errôneo cultural do estupro presente na obra Ah, é?, de Dalton Trevisan. 2018. 26f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.