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Este trabalho de conclusão de curso, etapa necessária à graduação de bacharel em jornalismo, traz um estudo sobre as relações entre Estado e cinema no Brasil. A partir do conjunto de relações histórico-sociais, fortemente marcadas por analogias existentes entre os processos estético-culturais e político-sociais, que se iniciaram na década de 1930, na Era Vargas, antes do Estado Novo. Uma análise que apresente os mecanismos que movimentam a produção cinematográfica e as condições que a conceberam. O foco está no perfil ideológico das formas de produção e das relações com o Estado. Concentra-se em um olhar acerca da postura política dos cineastas, da ação estatal em relação aos filmes e das consequências do direcionamento ideológico da produção cinematográfica. Esta pesquisa trata a respeito das lutas de classes e das tensões político-ideológicas; como se processam as relações de força no interior do cinema brasileiro, como se comportam os grupos, os produtores culturais, os exibidores e os distribuidores frente a um Estado, ditatorial ou democrático, nacionalista ou liberal. E por fim, como se dá, no campo cultural, a busca de hegemonia. Organiza -se por meio de três capítulos, que correspondem a três momentos históricos: primeiro, a “Era Vargas e o início da Relação Estado e Cinema, que compreende o período de 1932 a 1974”. Em seguida, apresenta-se a “Era Embrafilme e o Cinema da Boca do Lixo”, discorrendo sobre as duas faces de uma mesma moeda, o “Cinema do Estado” e o “Cinema da Boca”, mostrando o apogeu e a crise econômica e institucional que culminaram com a derrocada da indústria cinematográfica brasileira. E por fim, a “Retomada do Cinema Brasileiro“, período compreendido entre 1990 e 1998. Que aborda a implantação do modelo de Estado Neoliberal, e o fim de mais uma “Era Embrafilme” e, ainda, o período de grande visibilidade, o “Cinema da Retomada”, entre 1995-1998, marcado pela consolidação das leis de incentivo. Também é o período no qual o cinema brasileiro ganhou prêmios internacionais e readquiriu legitimidade frente à sociedade e mostrou sua força dentro do Estado. No período compreendido entre 1999 e 2002, marco do retorno do discurso político no cinema brasileiro, gerado pela crise que se abateu sobre o “Cinema da Retomada” no final da década de 90. Busca -se, através desta pesquisa, trazer aspectos comparativos entre os três períodos, abordando essencialmente similitudes e diferenças, convergências e divergências, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre o roteiro no qual se baseou a narrativa cíclica e instável envolvendo dois protagonistas: o Cinema e o Estado. |
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