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A Companhia de Jesus foi criada por Bula Papal em 1540, como instrumento da
Contrarreforma Católica, exercendo o monopólio sobre a educação brasileira até 1759,
período em que foram expulsos da colônia e a educação passou a ser responsabilidade da
Coroa Portuguesa. Destarte, as propostas educacionais do Plano de Estudos Ratio Studiorum
refletem-se até os dias atuais, no currículo e nas rotinas de sala de aula em nosso país. O
objetivo geral desta pesquisa é analisar as representações sobre a Pedagogia Jesuíta no cinema
nacional e, como objetivos específicos: entender o surgimento das novas ordens religiosas no
século XVI, identificar a Companhia de Jesus e sua função educativa, verificar os aspectos da
catequese desenvolvida no Brasil durante o Período Colonial e, por fim, investigar como a
Pedagogia Jesuíta é representada em filmes históricos. Analisando os filmes “Anchieta, José
do Brasil” (dir. Paulo César Saraceni, 1977), “A Missão” (dir. Roland Joffé, 1986) e
“Desmundo” (dir. Alain Fresnot, 2003). Na fundamentação teórica, utilizamos: Ferro (1992),
na discussão do filme como fonte histórica; Morettin (2011), sobre as relações cinema e
história; o conceito de representação, em Chartier (1991); as crianças no Brasil quinhentista,
em Chambouleyron (2009); a Pedagogia Jesuíta, em Saviani (2007); sociedade, educação e
currículo no Brasil Colônia, em Zotti (2004); a figura feminina, em Raminelli (2004); e o
início da Pedagogia Moderna no século XVI, em Cambi (1999). Os resultados da pesquisa
possibilitaram analisar as representações fílmicas da Pedagogia Jesuíta, de forma a conhecer
como se dava a organização dos estudos desenvolvidos pelos padres no Período Colonial. A
utilização das obras fílmicas selecionadas, permitiu observar, a partir do conceito de
representação, em Chartier (1991), a “romantização” em relação à catequese desenvolvida na
primeira fase da ação dos Jesuítas, na qual os padres eram vistos como uma espécie de herói
ou até mesmo, um santo, como a exemplo da representação de Anchieta, no filme “Anchieta,
José do Brasil” (dir. Paulo César Saraceni, 1977). Todavia, as obras fílmicas também
possibilitaram o entendimento sobre a outra face da catequização a qual os nativos foram
submetidos, a aculturação que estes sofreram. Nesse sentido, concluímos que o cinema
enquanto fonte histórica é capaz de desvelar até mesmo aquilo que o autor da obra não
considere como centralidade para sua história. |
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