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Uma das grandes discussões do final do século XX e início do século XXI, nos estudos de
gênero, consistia no boom da crise do masculino. Atualmente, a problemática gira em torno da
construção das novas masculinidades. Diante disso, esta pesquisa centra-se nos códigos e
práticas culturais masculinistas, principalmente para responder à questão: o que restou ao
personagem masculino da literatura atual, entendido como pós-moderno, pós-patriarcado e
pós-crise? Quais são seus comportamentos? Defende-se que os personagens mudaram, tanto
acompanhando uma tendência de época cuja bravura e outros aspectos do homem tradicional
não são tão necessários à cultura de gênero masculinista atual, quanto incorporando
comportamentos que não eram considerados de homens. Portanto, o objetivo foi analisar
quais comportamentos foram abandonados e quais foram incorporados aos personagens
masculinos atuais. Para isso, comparou-se personagens de cinco romances, dois
contemporâneos: Por enquanto... Outra Estação (SILVA, 2014), Barba Ensopada de Sangue
(GALERA, 2012) e três com masculinidades tradicionais: São Bernardo (RAMOS, 2012),
Dom Casmurro (ASSIS, 2019) e Grande Sertão: Veredas (ROSA, 2019). Trabalhou-se com
teorias comportamentais masculinas, a partir de Cushnir, Mardegan Jr. (2001); Nolasco (1995,
1997) e Albuquerque Junior (2003); e teorias que discutiram personagens na literatura
contemporânea, à luz de Dalcastagnè (2001). |
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