dc.description.abstract |
Este trabalho tem como objetivo geral, analisar as relações dialógicas nos discursos proferidos
por sujeitos na mídia social Facebook, acerca do termo feminicídio e da Lei 13.104 de 2015.
Sendo assim, nos questionamos: Por que o termo feminicídio provoca mais polêmica do que
os fatos chocantes de assassinatos de mulheres? Para tanto, especificamente, objetivamos
contextualizar e discutir historicamente a relação de poder que há entre os gêneros no âmbito
social; refletir sobre a motivação dos discursos de sujeitos que desqualificam, ignoram e
ironizam o termo e a Lei do Feminicídio nas manchetes, compartilhadas nas páginas
jornalísticas na mídia social Facebook, bem como relacionar as manchetes com os respectivos
comentários, com base no dialogismo bakhtiniano. Partimos do pressuposto que os
comentários dos sujeitos, no Facebook, posicionando-se contra o termo e a Lei do
Feminicídio, apresentam aspectos que indicam os espaços sócio-histórico-ideológicos desses
sujeitos, refletido no discurso machista, e a desumanização da figura feminina evidenciada na
falta de empatia diante dos assassinatos de mulheres. Contamos com as contribuições teóricas
de Saffioti (1987, 1995, 2004); Beauvoir (1980); Bakhtin (2010); Orlandi (2001).
Consideramos que a violência contra a mulher, que culmina no feminicídio, é ocasionada pela
relação de poder existente entre os gêneros, relação esta percebida no âmbito social como algo
naturalizado. Verificamos que os discursos evidenciam não apenas a desumanização da
mulher, visto que os sujeitos não expressaram nenhuma empatia e utilizaram da zombaria, do
discurso irônico e sarcástico diante desses assassinatos, como também demonstram posições
políticas e ideológicas para desclassificar o termo e a Lei, em uma ação-resposta às manchetes
referentes às mortes das mulheres nos casos analisados. Percebemos um notório
desconhecimento acerca da Lei do Feminicídio e suas finalidades |
pt_BR |