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Este trabalho tem como tema a participação da família nos estudos da criança. O objetivo geral é apresentar até que ponto acontece a participação da família nos estudos da criança, em diferentes realidades como a de uma escola municipal, de uma estadual e de uma particular. De forma específica, pretende-se verificar se há participação da família na orientação da tarefa de casa e se há interesse dos pais ou responsáveis em ir à escola para inteirar-se sobre o desempenho dos filhos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de campo. Dentre os autores cujas concepções fundamentam o nosso estudo destacamos Engels, Ariès, Aranha, Ribeiro, Lopez, Oliveira, Carvalho, Nogueira e Fernandes. O campo da pesquisa é constituído por três escolas, localizadas no bairro Jardim Paulistano, na cidade de Campina Grande – PB, e os sujeitos são as professoras e o professor, os alunos das turmas de 5º ano das três escolas, bem como o responsável por cada um desses alunos. O instrumento utilizado na coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Em linhas gerais, observamos na fala dos professores dos três sistemas de ensino, que a participação da família nos estudos da criança está longe de ser considerada satisfatória, já que, dos cinco entrevistados, três afirmam que a maior parte das famílias não dá assistência aos alunos em suas tarefas de casa, um diz que a metade é assistida, e apenas uma professora se refere ao fato de a maioria de seus alunos não precisar de acompanhamento nas tarefas. Com relação ao fato de pais ou responsáveis irem à escola para inteirar-se sobre o desempenho dos filhos, o posicionamento dos professores não é muito diferente, já que duas professoras dizem que a maioria deles não procura a escola; uma declara que os que mais precisam não procuram; um professor afirma que só a metade procura; e somente uma professora disse que eles procuram. A esse respeito, o posicionamento das famílias contradiz o de quatro professores e se alinha ao de uma professora, pois, a grande maioria afirma que vai às reuniões ou procura a escola para tal finalidade. Ressaltamos a diferença entre escola da rede privada e escolas da rede pública no que diz respeito à participação da família nos estudos da criança. Constatamos que a criança que estuda na rede privada tem mais assistência da família do que a que estuda na rede pública, levando-nos a considerar a influência da situação socioeconômica e do grau de instrução dos pais. Vemos a necessidade de uma mudança de postura de professores e de pais ou responsáveis pelas crianças em relação à tarefa de casa. É preciso que família e escola percebam a importância de uma parceria e da definição do papel de cada uma das instituições, no intuito de contribuir no processo de aprendizagem das crianças. Trata-se, enfim, de uma cumplicidade entre família e escola pelo bem dessas crianças e, sendo a escola o lugar da sistematização do trabalho para o seu desenvolvimento cognitivo, a participação dos pais deve ser considerada no próprio planejamento das tarefas, de modo que a eles não seja cobrado o desempenho de uma função que é própria da escola. |
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