A condição e identidade feminina na obra The Yellow Wallpaper de Charlotte Perkins Gilman

Abstract

Ao longo dos anos, a figura feminina vem sendo posta em questão na literatura, por isso o presente trabalho busca perfilar a condição e identidade feminina das mulheres norteamericanas tomando como parâmetro a mulher do século XIX, representada na obra de Charlotte Perkins Gilman, The Yellow Wallpaper, onde recaia sobre a mulher uma forte carga de pressão acerca do comportamento pessoal e familiar. O desejado é que esse comportamento correspondesse ao esperado pelas classes dominantes, ou seja, pelo patriarcado. Assim, a mulher deveria ser disciplinada. Esse pensamento estava respaldado na ciência e na medicina social, que assegurava às mulheres qualidades como: fragilidade, recato, predomínio das faculdades afetivas sobre as intelectuais, a vocação maternal. Enquanto ao homem era atribuída a força física, natureza autoritária, empreendedora, racional, sexualidade sem freios. Tal pensamento justificava que se esperasse das representantes do sexo feminino atitudes de submissão e um comportamento que não maculasse sua honra. Charlotte Perkins Gilman baseou sua história em sua própria experiência com um médico que a tratou por um distúrbio nervoso, de acordo com um artigo que ela mesma escreveu para a edição de outubro de 1913, The Forerunner no qual ela justifica a escrita de sua obra. Nessa apreciação, refletimos sobre como a identidade feminina é forjada historicamente e sobre o papel da literatura na construção de uma identidade de mulher livre. A partir de uma análise de interação de discursos, observaremos como a escrita feminina torna-se um meio de transgressão aos valores impostos pelos mecanismos de controle paternalistas, apresentando a literatura como reflexo da experiência humana e apontando obordagens acerca das questões de gênero representadas na literatura de ficção.