dc.description |
SANTOS, A. C. dos. Luz, câmera, ação e sangue: a violência masculina contra a mulher sob a ótica dos portais de notícia paraibanos. 2019. 76f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 2019. [Monografia] |
pt_BR |
dc.description.abstract |
A presente pesquisa teve por finalidade apreender como os sujeitos envolvidos na violência masculina contra a mulher (mulher em situação de violência e suspeito/acusado) são percebidos e representados através do discurso jornalístico em âmbito paraibano. Partimos aqui da premissa de Breton & Proulx (2006), de que o jornalismo ocupa, na contemporaneidade, um papel importante na esfera pública. Isso se efetiva não apenas com emissão de conteúdo, mas atuando também na construção social da realidade. Desta maneira, usar termos pejorativos, justificar a(s) violência(s) mencionando estilo de vida das pessoas, noticiar de forma tragicômica ou mesmo usar terminologias para se referir aos sujeitos de forma inadequada, não condiz com a ética inerente ao exercício do jornalismo, podendo ratificar ou até mesmo incitar a violência. Como aporte teórico foram utilizados os estudos de gênero e sua relação com o patriarcado, através de Scott (1989), Rubin (1993), Saffioti (2004) e Bourdieu (2010); sobre violência e, mais especificamente, violência de gênero, contribuem Arendt (2016) e Saffioti (1995; 2004); além da noção foucaultiana (1981) de Poder. Para o debate sobre as questões de cunho jornalístico, trabalhamos em duas vertentes: o jornalismo enquanto construtor social da realidade com Azevêdo (2011), Breton & Proulx (2006) e Carvalho & Leal (2012); e os critérios de noticiabilidade (valores-notícia e rotinas produtivas) através de Fernandes et al (2014). A pesquisa possui características tanto quantitativas quanto qualitativas. O material empírico constou de matérias dos portais Jornal da Paraíba, Paraíba Online e ClickPb publicadas durante os meses de março e abril de 2019, que foram avaliadas tendo por método a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (1977). Foram realizadas também entrevistas semi-estruturadas com três profissionais que trabalham nas redações destes portais (repórter e editores) com o intuito de entender um pouco mais de como se dá a dinâmica e a rotina produtiva das redações. A partir dos resultados encontrados, se propõe algumas indicações de como pode ser realizado o jornalismo policial de maneira a preservar os envolvidos nos casos de violência masculina contra a mulher, utilizando para isso uma estratégia que visa não o impedimento, mas uma Redução de Danos. |
pt_BR |