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O Fantástico pode ser concebido de dois modos: em sentido estrito e em sentido amplo. O primeiro surgiu na Europa sob a forma de contos e é considerado um gênero literário. O último não se pode precisar exatamente onde surgiu, supõe-se, entretanto, que apareceu antes da escrita, em narrativas orais e engloba todas as histórias que escapam ao realismo estrito, como as fábulas, os contos de fadas, as lendas, os mitos, as alegorias, etc. Poucos autores brasileiros se aventuraram pela literatura fantástica, Machado de Assis foi um dos que fizeram uso de elementos sobrenaturais, como o duplo, em suas histórias. O mineiro Murilo Rubião, um dos principais escritores brasileiros a assumir completamente esta variedade literária, publicou seu primeiro livro O Ex-Mágico, em 1947, no qual narrava contos considerados insólitos, estranhos e absurdos. Para este trabalho, tomamos o conto O Convidado. Sob uma ótica existencialista, a narrativa foi analisada na qualidade de metáfora da experiência humana, na qual o indivíduo vê- se imerso, em ritmo intenso, numa frenética espiral de mistério não solucionado em cujos meandros ele caminha cego. A análise volta-se para o que consideramos a intenção de Murilo Rubião em determinar o sujeito como um ser que caminha para a finitude. Foram utilizados os pressupostos de Rodrigues (1988), Arrigucci Jr, (1987), Gotlib (2006), Abbagnano (2000), entre outros. |
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