O negro no livro didático de história: uma análise do Projeto Buriti e Projeto Coopera

Abstract

O ensino de Historia e Cultura Afro brasileira e Africana previsto na lei 10.639/2003 é obrigatório, para todos os currículos escolares desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Então, a presente pesquisa realizou uma análise comparativa de dois livros didáticos do 5º ano: Projeto Buriti e Projeto Coopera, ambos adotados por escolas públicas do município de Campina Grande. O objetivo geral desta pesquisa é compreender de que maneira a imagem do negro é apresentada nos livros didáticos de História do 5º ano do Ensino Fundamental. Os objetivos específicos são: comparar como as imagens dos livros representam o povo negro brasileiro; apontar como as imagens do negro apresentam a sua história no Brasil e, por fim, identificar se os livros atendem a Lei 10.639/2003. A metodologia de pesquisa é documental e bibliográfica, com estudos de autores como Albuquerque e Fraga Filho (2006), Menezes (2009), como também os Parâmetros Curriculares Nacionais e o Estatuto da Igualdade Racial, dentre outros. A coleta de dados tomou a análise de conteúdo (BAUER, 2013) como referência que considera as semelhanças que se repetem como significativo para o processo de análise que será dividido em categorias, são elas: Trabalho escravo, Resistência Negra, Movimento Abolicionista e Pós abolição. Foi constatado que o negro tem sua representatividade em ambos os livros, sua imagem é mostrada de maneira subalterna, ou seja, na condição de escravo, no decorrer dos capítulos aparecem imagens de negros como protagonistas. Como símbolo de luta e resistência são citados Manuel Congo e Zumbi dos Palmares, líderes de quilombos. A influência negra esta presente na história do país e os livros didáticos abordam de forma superficial, como por exemplo, a capoeira, o samba e o futebol que são citados como símbolos do Brasil. Por fim, concluímos que a pesquisa contribuiu para ampliação dos conhecimentos sobre a temática, permitiu na análise comparativa identificar as lacunas sobre as diversas formas de resistência e a ausência do negro nos primeiros anos após a abolição, porém confirmamos que os dois livros atendem a lei 10.639/2003.