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O presente trabalho tem como objetivo analisar a escrita de uma autora na década de Sessenta, ano em que o Brasil parecia ter um forte crescimento na economia do país o qual ficou conhe-cido como o milagre econômico; em que o Presidente Jânio Quadros renunciava por seu go-verno ser considerado confuso e desorganizado; em que a vaga era ocupada por João Goulart. Nesse contexto, é publicado um livro que se torna um fenômeno de vendas “O Quarto de des-pejo”, e a escritora, desconhecida, ocupa um espaço na nata literária: Carolina Maria de Jesus. Uma mulher negra, pobre, semianalfabeta e mãe solteira, que estava além do seu tempo e que tinha posições críticas sobre política, preconceito e o papel da mulher negra na sociedade, di-vulgando seu livro por todo o país e narrando sua trajetória como favelada. Nesta perspectiva, o objetivo do trabalho é analisar a escrita caroliniana e como ela construiu uma identidade, em sua condição histórica, social e cultural. Sobretudo, comparar como era o espaço em estrutura, saneamento e ocupação no Canindé e de como a atual favela se sobressai. Dessa forma, pre-tende-se, mostrar os caminhos percorridos realizando esse contraponto, na posição de fala do sujeito-autor, e na sistematização que a fez se tornar autora, personagem e narradora de sua própria vida, no livro em análise. Para tanto, tivemos o embasamento teórico de Brait (2017), Brandão (2012), Orlandi (2015), Fiorin (2017), Silva (2013), Zaluar (2004), entre outros. Através desta pesquisa, identificamos o quanto a obra caroliniana é um grito de resistência, diversidade e subjetividade em seu discurso, e como sua narrativa corroborou para demonstrar ao mundo, a sua luta diária e persistência para ocupar o espaço tão almejado. |
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