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Dada a situação preocupante relativa ao desempenho dos participantes do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) na prova de redação (INEP, 2019), a construção deste trabalho, inserido
no âmbito da Linguística Aplicada (LA), busca contribuir, de forma significativa, com os
estudos aplicados da linguagem, para a pesquisa científica sobre ensino da escrita em aulas de
cursinhos preparatórios para o Enem. Diante disso, partindo-se dos estudos sobre a produção
textual como processo cognitivo-interacional (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004;
PASSARELLI, 2012) e dos trabalhos sobre metodologias de correção de textos, interação e
reescrita (SERAFINI, 1995; RUIZ, 2018; BAZARIM, 2006, 2013, 2020a, 2020b), o objetivo
geral deste trabalho foi investigar como as metodologias empregadas na correção dos textos
dos alunos, durante a aplicação de uma intervenção via SD de forma remota, propiciam o
desenvolvimento da argumentação e da informatividade durante a reescrita do gênero textual
Redação do Enem. Para tanto, a pesquisa que norteia este trabalho é classificada, conforme
Silveira e Córdova (2009), como: aplicada, quanto à natureza; qualitativa, quanto à abordagem;
exploratória e descritiva, quanto aos objetivos; pesquisa-ação, quanto aos procedimentos de
geração do corpus; e documental e estudo de caso, quanto aos procedimentos de análise do
corpus. Para efeito deste trabalho, tomaram-se dois alunos-colaboradores, cujas produções
textuais, respostas dos questionários e interações com o professor, bem como as próprias
correções feitas por este, integram o corpus que se analisa. Assim, os resultados apontaram para
a ocorrência, nas intervenções realizadas pelo professor no texto inicial dos alunos, de forma
complementar, das quatro metodologias de correção de texto apontadas por Ruiz (2018) e
Bazarim (2020a), bem como se verificou a predominância das metodologias de correção
resolutiva e textual-interativa por meio dos gêneros catalisadores comentário no corpo do texto
e comentário oral, os quais funcionaram, efetivamente, como um andaime para a reescrita do
texto do aluno (COLAÇO, BAZARIM, 2017). Ainda, quanto aos efeitos das correções na
apropriação dos critérios da argumentação e da informatividade pelo aluno na versão reescrita,
verificou-se que os gêneros catalisadores utilizados na correção textual-interativa favoreceram
a apropriação dos aspectos necessários à construção de uma versão de texto melhor do que a
primeira. Por conta disso, a correção de textos foi concebida como um diálogo estabelecido
entre professor e aluno acerca do texto por meio de diversos gêneros catalisadores, entre eles,
o comentário escrito no corpo do texto e o comentário oral via aplicativo de mensagem. Com
isso, ficou evidente que a correção de texto demanda personalização, isto é, o estabelecimento
de uma interação um-para-um (BAZARIM, 2013). |
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