Concepções dos graduandos do curso de licenciatura em geografia/UEPB (Campus I) sobre a inclusão e formação para trabalhar com a deficiência visual no contexto escolar

Abstract

Atualmente é impossível dissociar educação básica de inclusão, visto que os números de matrículas para esse público têm crescido, e há uma justificativa para isto, pois outrora os deficientes eram reprimidos e não tinham os mesmos direitos educacionais que os alunos que não possuíam nenhum tipo de necessidade especial. Assim, diante desse contexto, esta pesquisa está baseada na percepção que os alunos do curso de graduação em licenciatura em Geografia da Universidade Estadual da Paraíba – Campus I – têm acerca da formação que lhes é oferecida para trabalhar com deficientes visuais. Porém, infelizmente, mesmo com tantas conquistas que a educação inclusiva vem recebendo ao longo dos anos, essa ainda precisa de um olhar mais atento, sobretudo nos cursos de formação docente, por vários motivos, dentre eles a falta de disciplinas específicas sobre educação inclusiva e sobre as diversas necessidades especiais sobre as quais os docentes precisarão atuar no exercício profissional; No ensino de Geografia, tais lacunas geram como consequência o limitado conhecimento sobre como ensinar de forma inclusiva, ressalte-se aqui o caso dos deficientes visuais. A presente pesquisa possui caráter exploratório, descritivo e explicativo, com abordagem qualitativa e quantitativa, investigando a percepção dos 65 graduandos sobre tal deficiência, constituindo assim o universo amostral dessa pesquisa. Esse estudo foi realizado no Campus I da UEPB, com alunos regularmente matriculados em entre o quarto e o sétimo período das disciplinas de Estágio Supervisionado em Geografia. Os resultados revelam que 58% dos graduandos não se sentem preparados para lecionar em turmas que tenham deficientes visuais, embora 59% dos participantes já estejam lecionando em salas de aula da rede pública, tanto estadual como municipal. Quanto ao perfil dos graduandos, 46% estão matriculados no sétimo período do curso, 54% tem entre 20 e 29 anos de idade e 82% não possui conhecimento sobre a deficiência visual. Como contribuição científica, esta pesquisa gera conhecimentos para uma educação mais inclusiva, auxiliando a elaboração de uma investigação que pode ser utilizada pela própria universidade como referência na elaboração de políticas e diretrizes para os cursos de licenciatura.