Identidade e orientalismo em Persépolis, de Marjane Satrapi

Abstract

Este artigo tem como objetivo investigar como ocorre a formação da identidade da protagonista na obra Persépolis de Marjane Satrapi. Para tal, lançamos mão de uma análise, que tem como base princípios provenientes do artigo Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais, de Tadeu Tomás da Silva (2000). Temos, então, a identidade definida como um produto e resultado da diferença, culminando na classificação de sujeitos e na formação de grupos sociais. De modo a incluir e/ou excluir os mesmos num processo de normalização, ao caracterizar como “normais” / “aceitos” os grupos classificados como tais. Dentro da mesma análise, utilizaremos o conceito de orientalismo de Edward Said (1990), o conceito de orientalismo, entendido como um modo de olhar para os povos orientais através de uma ótica ocidental arraigada por noções que, muitas vezes, não dialogam com as múltiplas facetas da população oriental. Enquanto o oriental acaba enxergando o ocidental como um ser que deseja os recursos orientais. Em Persépolis, pode-se ver uma história sobre o Irã contada por uma iraniana que a presenciou e que expõe os fatos de forma imparcial, assim subvertendo os preconceitos que cercam os habitantes do Oriente. Conclui-se, então, que a protagonista traz a ideia de que tudo o que nos torna diferentes dos outros compõe a nossa identidade, e que o mais qualificado para falar do Oriente é o próprio povo oriental.