Resumo:
Os recifes de corais são importantes para a produtividade marinha, influenciando na pesca,
turismo, e no desenvolvimento dos organismos marinhos. Impactos como mudanças
climáticas, poluição, pesca predatória, doenças e branqueamento, são os maiores problemas
enfrentados pelos corais. Assim, o objetivo deste estudo é analisar a prevalência de doenças
em corais escleractíneos no Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha (PEMAV), e outros
possíveis danos. A coleta de dados ocorreu através de mergulho livre entre os meses de
fevereiro e maio de 2019, onde foram dispostos aleatoriamente 24 transectos em uma área de
240m². As correlações entre prevalência e temperatura, prevalência e salinidade, e
temperatura e índice de branqueamento e mortalidade (BMI), foram feitas no Past3, sendo a
correlação Linear r (Pearson) com P<0,05. Foram encontradas 1100 colônias de Siderastrea
stellata, 81 de Favia gravida, e três de Porites astreoides. As duas primeiras são mais
abundantes devido a capacidade de adaptação e ampla distribuição no Brasil. Em relação a
cobertura bentônica, o tipo de substrato mais registrado foi o cascalho com 55% (n=504),
seguida de alga 33%, areia 10%, e coral 2%. Dentre as colônias, 887 são adultas e 297 são
recrutas. 69% das colônias não apresentaram dano ou doença, 20% possuíam algum de dano,
10% estavam doentes, e 1% exibia dano e doença. O crescimento algal foi o dano mais
comum com representatividade de 63% (n=239), seguido de sedimentação (59%) e
despigmentação (13%). A doença banda vermelha, que tem uma rápida progressão da perda
de tecido, teve 45% de ocorrência (n=119), seguida da síndrome branca (38%), praga branca
(14%), pontos negros (3%) e banda branca (1%). As temperaturas mais altas (31°C)
ocorreram em fevereiro e março, e as mais baixas (27ºC) em maio. Fevereiro também
registrou a menor salinidade (34), as mais altas (45) foram em março, abril e maio. Todas as
análises de correlações foram não significativas (com P>0,05). As maiores prevalências foram
no mês de maio, apesar das altas temperaturas aumentarem a susceptibilidade a doenças, maio
não registrou as maiores temperaturas. O maior BMI geral foi de 19, sendo um valor baixo,
pois a maioria das colônias estavam saudáveis. Devido às mudanças climáticas frequentes, os
corais estão em perigo, mesmo com suas adaptações, eles não têm tempo de se recuperar,
sofrendo surtos de doenças e branqueamentos. O presente projeto disponibiliza dados e
informações para estudos futuros, podendo ser aplicados na conservação dos recifes
coralíneos.
Descrição:
BRITO, Maria Juciliara Francelino. Prevalência de doenças em corais escleractíneos no Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha (Paraíba, NE Brasil). 2021. 27f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.