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Neste trabalho, nos debruçamos sobre a dramaturgia de Lourdes Ramalho para analisar como os preceitos da cultura da honra são representados em obras que se referem ao espaço referencial e simbólico do sertão nordestino. Assim, dentro da ampla produção ramalhiana, tomamos como corpus de nosso estudo a peça As Velhas (1975), que é tecida a partir das desventuras de dois núcleos familiares guiados por duas matriarcas, uma cigana e outra sertaneja, num pano de fundo que, por um lado, denuncia as fraudes no programa oficial de emergência contra a seca, e, por outro, revela como a cultura da honra influencia as tensões e os embates entre os indivíduos, na perspectiva das dinâmicas de gênero e dos papéis sexuais atribuídos a homens e mulheres, ocasionando conflitos no decorrer da trama e contribuindo para o desfecho trágico. Portanto, objetivamos investigar como as relações de gênero, que envolvem em suas malhas homens e mulheres, estão pautadas pela cultura da honra, bem como a maneira pela qual ocorrem as distinções entre as representações dos sujeitos masculinos ramalhianos e os discursos que permeiam a construção da figura do “homem nordestino”, enquanto um tipo social. Em conclusão, constatamos que Vina e Mariana, ao fazerem parte de uma cultura masculinizante, mesmo que não tenham um seio familiar que siga os moldes tradicionais, acabam por assumir não só o lugar do Pai, mas também seus valores. |
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