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A cibercultura presente na realidade contemporânea trouxe muitas mudanças para a sociedade
em geral. No meio literário, as alterações envolvem desde a produção e circulação até os modos
de ler o texto literário. Nesse novo contexto, as redes sociais, antes de tudo, tornaram-se um
ambiente independente de produção e publicação das obras. Além disso, a internet abriu espaço
para jovens poetas, que iniciam publicando seus escritos nas redes sociais e posteriormente
migram para o papel ocupando, algumas vezes, o topo na lista de best-sellers. Neste contexto,
um nome que vem se destacando é o da poetisa indiana naturalizada no Canadá Rupi Kaur. É a
autora de Outros Jeitos de Usar a Boca, O Que o Sol Faz com as Flores e Meu Corpo Minha
Casa, publicados no Brasil pela editora Planeta, em 2017, 2018 e 2020, respectivamente. Com
a pretensão de conhecer de maneira mais aprofundada o trabalho da referida poetisa no
instagram, este estudo objetiva analisar os aspectos multissemióticos que são recorrentes na
poesia de Outros Jeitos de Usar a Boca presente no instagram. Trata-se de uma pesquisa
descritiva de cunho interpretativo, ou seja, voltada para o estudo, o registro, a análise e
interpretação da poesia de Rupi Kaur na internet. Para tanto, o estudo foi embasado nas
contribuições teóricas de Levy (2010), Chartier (1998), Cancline (2008), no que diz respeito à
leitura e escrita no ciberespaço; em Culler (1999) e Abreu (2006) a respeito da concepção de
literatura; e em Perrot (2007) e Pavani (2019), dentre outros, sobre a escrita feminina. A partir
das análises realizadas, percebemos que a poesia de Rupi Kaur relaciona conteúdos verbovisuais que exploram sentimentos e vivências compartilhadas por muitas mulheres acerca das
imposições sociais e sobre a resistência feminina, a poeta dá voz e visibilidade às pautas
feministas |
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