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A internet e o uso de dispositivos móveis têm contribuído a cada dia para uma maior
circulação de notícias no mundo inteiro. Possuir um celular com câmera e acesso à internet
tem permitido que qualquer pessoa produza conteúdos, registre algum acontecimento ou
simplesmente, compartilhe uma informação, que, muitas vezes, pode auxiliar no trabalho
jornalístico. No entanto, esse fenômeno também provoca mudanças nas rotinas jornalísticas,
principalmente pela possibilidade do conteúdo compartilhado, pelos usuários de internet, ser
uma fake news, ou seja, notícia falsa. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo entender
como a circulação de notícias falsas modifica a rotina dos jornalistas que trabalham em
portais de notícias da cidade de Campina Grande, na Paraíba. Através do método de pesquisa
exploratória e explicativa, buscamos realizar um monitoramento de dois importantes portais
de notícias na cidade, G1 Paraíba e OP9, durante um período de 30 dias. A escolha foi
definida a partir da influência que a TV Globo e o SBT têm sobre seu público, já que estes
portais pertencem a TVs afiliadas a estas emissoras. Considerando que os portais precisam
divulgar a notícia de forma rápida, buscamos entender como esses veículos de comunicação
tratam as notícias falsas e como isso tem interferido no processo de construção da informação.
Com o auxílio de entrevistas com os chefes das respectivas redações e com base em conceitos
de autores como Lucia Santaella, Henry Jenkins e Matthew D‟ancona, é possível perceber as
mudanças ocasionadas nas rotinas dos profissionais desta área, como o tempo investido na
apuração de fatos que não passam de boatos. Este tempo poderia ser aplicado em conteúdos
que realmente farão diferença na vida do público leitor. Porém, as notícias falsas
proporcionam a abertura de um novo nicho de mercado para os jornalistas, que é o surgimento
de agências de fact-checking, como é o caso da Agência Lupa, pioneira no Brasil. |
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