Resumo:
A literatura é de fundamental importância, em todos os tempos, sobretudo, quando se trata da resistência em tempos tão instáveis em que se encontra o contexto sócio-político brasileiro, neste sentido, ela é imprescindível para a formação humana, pois possibilita a formação de cidadãos capazes de analisar criticamente o mundo ao seu redor. O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a obra Ponciá Vicêncio da escritora Conceição Evaristo (2017), que é uma participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país, além disso, pretendemos destacar o protagonismo da mulher negra no referido romance. Este é caracterizado pela sua linguagem poética e compromisso com a crítica social, trazendo ao leitor questões étnicas, de gênero e de classe. O romance narra a história de Ponciá Vicêncio, desde sua infância até a vida adulta, mostrando seus sonhos e desencantos, emblematizados pela herança da escravidão, entrelaça história social e individual, configurando um jogo entre passado e presente, a partir das memórias. A pesquisa será de cunho qualitativo e bibliográfico. Para tanto, foram utilizados para o embasamento teórico fontes como Evaristo (2017), Santiago (2002), Spivak (2010), Balisa e David (2017), Dalcastagnè (2012), Collins (2019), entre outras. Os resultados encontrados no presente estudo mostram que é de extrema relevância refletir sobre a literatura afro-brasileira, pois ela permite uma (re) construção crítica do passado e a discussão de muitos preconceitos que ainda estão enraizados na sociedade brasileira. Assim, concluímos que é possível através da literatura compreender melhor nosso processo histórico e, para além disso, como lidamos com ele hoje, no intuito de construir novos rumos para uma sociedade mais justa e que abranja toda a diversidade.
Descrição:
MELO, S C. A literatura como arte de resistência: reflexões a partir do romance Ponciá Vicêncio de Conceição Evaristo. 2022. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia).- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.