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Desde o seu surgimento, o jornalismo nunca deixou de passar por modificações. Os fenômenos sociais e as descobertas que ocorreram ao longo do tempo influenciaram, de alguma forma, em sua estrutura e rotinas produtivas que por vezes seguia um modelo pragmático e monótono. O modo de narrar os fatos, por exemplo, deixou de seguir um protocolo condicionante e cedeu espaço aos diversos formatos, inclusive a um deles que apresenta ramificações no estilo literário e que se caracteriza pelos aspectos do New Jornalism. Considerando essa conjuntura, este artigo intenta compreender como a escrita literária se dá na prática e como é possível desenvolvê-la abarcando técnicas de investigação e humanização do relato. A finalidade deste escrito também se volta para examinar o gênero livro-reportagem como subterfúgio para a extensão da pauta. Para isto, foi realizada a análise do livro Arrastados – Os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil, da jornalista Daniela Arbex. Por intermédio de uma análise exploratória, descritiva e analítica, foi possível empreender o conhecimento dos meios que a autora utilizou na tessitura de seu texto que é construído a partir de um agrupamento de técnicas peculiares da escrita literária e da ação investigativa. Contribuíram para o balizamento deste artigo teorias de autores como: Jorge K. Ijuim (2016), Edvaldo Pereira Lima (1993), Leandro Fortes (2005), Oswaldo Coimbra (2004) e Cremilda Medina (2008) entre outros. A partir da análise realizada respaldadas nos autores aqui já elencados, chegou à conclusão de que a produção jornalística passou a receber fortes influências da humanização do relato e dos recursos característicos da literatura. Essa produção abre margem para a elaboração de um texto mais amplo em seu aspecto de abordagem que permite o agrupamento de artifícios jornalísticos e literários na construção das narrativas dos fatos. |
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