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Conhecer a situação das línguas indígenas no Brasil é fundamental para compreendermos como ocorreu o processo de aculturação desses povos, sobretudo no Nordeste do Brasil. Nesse sentido, compreender o desenvolvimento histórico da língua Tupi entre o povo potiguara evidencia como a colonização foi cruel ao relegar a esses povos a possibilidade de exercerem as suas formas de cultura. Dessa forma, nesse trabalho analisaremos como a língua é socialmente determinante no processo de reconhecimento de uma identidade cultural e territorial a partir do ensino de Tupi para jovens indígenas, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Pedro Poti, no município da Baía da Traição –PB. Para tanto, analisaremos os meandros que envolvem a aplicação deste ensino: quais as dificuldades apresentadas pelos docentes? Qual a utilização desta língua no dia a dia destes falantes? Destacando como o estudo dessa língua se firma enquanto uma ferramenta contra o epistemicídio direcionado aos povos indígenas. Desse modo, o constructo teórico desta pesquisa está alicerçado nos estudos de Labov ([1972] 2008), em relação aos princípios da Sociolinguística Variacionista, e em Freitag (2016) no que se refere aos pressupostos da documentação sociolinguística. Como referência para discutir a implantação da Educação Escolar Indígena e a história dos Povos Potiguaras no município da Baía da Traição, nos ateremos aos estudos de Palitot (2005) e em Savendra e Rosenberg (2021) acerca dos estudos em sociolinguística de contato. Dessa maneira, através de entrevistas sociolinguísticas com professores e alunos da comunidade escolar, averiguamos que o ensino de Tupi se firma enquanto uma ferramenta de manutenção de práticas culturais do povo potiguara, porém, a falta de empenho por parte do poder público dificulta a aplicabilidade desse ensino. |
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