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Estudar uma língua sem considerar a sua evolução histórica pode levar uma pesquisa científica na área dos estudos da linguagem a abordar o fato linguístico de maneira limitada. O fenômeno da mudança linguística fez com que o latim passasse, ao longo dos séculos, por mutações graduais, a ponto de originar diferentes e novas línguas, a exemplo do português. O desconhecimento da história da nossa língua, fruto do advento da Linguística moderna e dos estudos sincrônicos da linguagem no âmbito universitário em detrimento dos estudos diacrônicos, pode ser uma das causas da insuficiência da formação dos professores de língua materna. Neste trabalho, objetivou-se evidenciar a presença do latim na língua portuguesa através de uma análise a étimos latinos de origem clássica e vulgar, e de algumas alomorfias, ligadas a transformações fonéticas, ocorridas em seus radicais, fenômeno responsável pela formação e expansão de grande parte do léxico português. Os estudos históricos e o ensino da língua latina mostraram-se pertinentes para a formação do professor de Letras - Português, para o processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa em todos os níveis de escolaridade e também como importantes aliados da Sociolinguística na explicação de fenômenos linguísticos e no combate ao preconceito sofrido pelas variantes não-padrão do português brasileiro. Para tanto, fez-se necessário voltar à história do século XX, e fim do século XIX, para compreender o percurso, o declínio e a tentativa de retomada e valorização da disciplina de língua latina nos currículos escolares obrigatórios e nos cursos superiores brasileiros; bem como entender o processo de mudança linguística que resultou nas transformações observadas nos alomorfes latinos. Como referências teóricas, utilizou-se as contribuições de Viaro (2013), Heckler (1994), Bagno (2006), Ilari e Basso (2012), Martelotta (2011), entre outros autores. |
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