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O presente trabalho tem como objetivo analisar a representação da lenda do Saci Pererê inserida na obra homônima de Monteiro Lobato (1921) e na série “Cidade Invisível” (2021), disponível na plataforma de streaming Netflix. A análise procura trazer à luz questões identitárias que as narrativas folclóricas podem projetar de forma mais complexa, escolhemos a figura do Saci, enquanto representação do negro, a partir da noção de interculturalidade disposta por Candeau (2012) como assimilação cultural que promove uma coesão social, observando como essa representação se deu na passagem da lenda em sua versão popular para a mídia na indústria cultural contemporânea, evidenciando o reforço dos estereótipos e desigualdades que envolvem o negro na sociedade. Para isto, realizaremos uma pesquisa qualitativa, que apresenta percepções referentes ao corpus analisado. Quanto ao levantamento de dados, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. A análise transitará pelas obras a partir dos aspectos pertinentes que demonstram as relações interculturais em “O Saci”, de Monteiro Lobato (1982: cap. 1-6), relacionando-a com a série “Cidade Invisível” (2001: ep.1). Tomaremos como referência as definições acerca da imagem e comportamento do Saci descritas nas obras “O Saci Pererê: o resultado de um inquérito” (1982, 35ªed.), que reúne depoimentos acerca das experiências com o Saci e “Dicionário do Folclore Brasileiro”, de Câmara Cascudo (1954), que documenta as lendas e tradições em geral de cada região do Brasil. Contamos ainda, para a fundamentação da análise, com os estudos teóricos de Brandão (1984) que descreve o folclore; Fleuri (2001) E Silva (2004) acerca da homogeneização cultural; Duarte (2017) sobre os estudos intermidiáticos, que discute a transposição da literatura para a produção audiovisual; Sobre racismo e representação do negro, nos baseamos em Cuti (2010), Sayers (1958), Almeida (2019) e Duarte (2011). |
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