dc.description.abstract |
O Programa de Residência Pedagógica (PRP) é uma ação criada pelo Governo Federal, que se insere dentro das Políticas Nacionais voltadas à Formação de Professores da Educação Básica. Trata-se de um programa, instituído nas Instituições de Ensino Superior através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cujo propósito central é introduzir licenciandos/as, ainda em formação na academia, no ambiente escolar como um todo. Na sua segunda edição, cota 2020-2022, proposta na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em face da pandemia do coronavírus, todas as suas atividades foram adaptadas ao modelo de ensino remoto, o que não impediu os licenciandos/as de refletirem acerca do que subjaz o trabalho realizado (MACHADO, 2002). Nessa situação, ancorados na Linguística Aplicada, que investiga as práticas linguageiras (MOITA LOPES, 2006), apresentamos como objetivo geral: diagnosticar a constituição do PRP como um Gênero da Atividade, a partir de uma reunião audiovisual videogravada, com os membros (licenciandos/residentes, professora da educação básica/supervisora e docente da universidade/subcoordednadora do projeto) do grupo de Letras-Português/UEPB/Campus I. Depois, elencamos dois objetivos específicos: analisar, a partir das modalizações, o posicionamento desses residentes quanto à formação de sua identidade docente, após as intervenções realizadas em turmas da educação básica, durante essa cota; e avaliar, através das modalizações, as contribuições das professoras formadoras (a subcoordenadora de área e a preceptora da escola) na constituição dos residentes enquanto professores iniciantes. Para desenvolvermos tais objetivos, tivemos por base as contribuições teóricas de: Garcia (1999), Machado (2002), Amigues (2004) e Tardif (2012), para discutirmos o processo de formação docente; Clot (2010), Nouroudine (2002) e Bronckart (1999), para abordarmos, respectivamente, o Gênero da Atividade, a Linguagem sobre o Trabalho e os mecanismos enunciativos (com foco nas modalizações); e Hall (2006), Bauman (2005) e Guedes-Pinto e Kleiman (2021), para refletirmos sobre a construção identitária. Em nossa pesquisa qualitativo-interpretativista (MOITA LOPES, 1994), consideramos como colaboradores uma dupla de residentes, a preceptora e a subcoordenadora do projeto, que participaram de uma reunião, em ambiente virtual, para discutir e avaliar a regência desses residentes em uma turma dos anos finais do Ensino Fundamental, de uma escola pública de Campina Grande/PB. Os resultados obtidos apontam para a identificação do Gênero da Atividade no PRP, como também a formação da identidade desses licenciandos, pois o programa permite que o professor em formação inicial tenha mais vivências com o trabalho docente, em sala de aula. |
pt_BR |