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O português brasileiro apresenta um amplo leque de variantes linguísticas. Analisá-las, a fim de compreender as suas particularidades, requer a observação do contexto social, econômico e regional no qual estão inseridas. No Nordeste, filólogos como Marroquim (1934) indicam que há uma relação entre as variantes linguísticas e o contexto histórico da colonização dessa região: a fala de alguns nordestinos pode resguardar vestígios do português arcaico, devido ao isolamento dos colonos nas terras nordestinas. Assim, este trabalho objetiva investigar a hipótese da permanência de vestígios do português arcaico na oralidade de habitantes do Nordeste, a partir da comparação entre os léxicos de textos arcaicos e a fala de moradores de uma zona rural da cidade de Barra de Santana, na Paraíba. Nesse sentido, realizou-se uma pesquisa bibliográfica comparativa a uma pesquisa de campo. Para tanto, analisaram-se as obras Orto do Esposo (1956) e Boosco Deleitoso (1950), produzidas entre o século XIV e XV, para a coleta dos léxicos. Posteriormente, gravaram-se entrevistas com dois moradores do interior de Barra de Santana. Como referências teóricas, utilizou-se as contribuições de Chagas (2013), Martelotta (2013), o supracitado Marroquim (1934), Guaracy (2015) entre outros. A partir da análise comparativa entre os textos arcaicos e as entrevistas, foram encontrados catorze vocábulos em compatibilidade, constatando a presença de vestígios arcaicos na fala de nordestinos, particularmente na região pesquisada. |
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