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O termo Análise Linguística, com fins didático-pedagógicos, surgiu na produção
acadêmica ainda na década de 1980, para nomear uma nova perspectiva de reflexão
sobre o sistema linguístico e sobre os usos da língua, com vistas ao tratamento escolar
de fenômenos gramaticais, textuais e discursivos. Com isso, propostas para o ensino
de língua, advindas desde os PCN (BRASIL, 1998), e atualmente na BNCC (BRASIL,
2018), passaram a considerar as práticas de usos e reflexão, o que também se espera
do livro didático, um dos principais materiais de apoio do professor em sala de aula.
Ante o exposto, o presente estudo parte das reflexões teóricas sobre a historicidade
da linguagem, o trabalho linguístico e o ensino de gramática, realizadas por Franchi
(1987, 2011) e da perspectiva teórico-metodológica da Análise Linguística, a partir dos
pressupostos de Geraldi (2017), Bezerra e Reinaldo (2020), dentre outros, com o
objetivo de analisar a abordagem das orações subordinadas substantivas e reduzidas
no livro didático Se liga nas linguagens: português, de Wilton Ormundo e Cristiane
Siniscalchi (2020). De forma mais específica, pretende-se, a partir de uma descrição
da abordagem das atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas, no que
diz respeito a essas orações, refletir sobre como as atividades epilinguísticas podem
ser privilegiadas no ensino de Língua Portuguesa. Para tanto, o trabalho procedeu-se
ao desenvolvimento de uma investigação qualitativo-interpretativista (OLIVEIRA,
2016). Assim, constatou-se que, apesar do livro em apreço considerar aspectos dos
estudos linguísticos contemporâneos, ao se voltar às condições de produção do texto
para um trabalho de interpretação e construção de sentidos, também apresenta em
suas atividades o texto como pretexto para o estudo de identificação e classificação
das orações subordinadas, privilegiando enunciados isolados do texto e perdendo de
vista sua dimensão textual-discursiva. |
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