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Ao longo da história, marcar o corpo se tornou uma forma de impor cultura e identidade. É perceptível que houve mudanças em questão do olhar social voltado a essas impressões corporais. Cada vez mais independentes, as mulheres utilizam a tatuagem como símbolo de estilo e autonomia, contudo ainda é possível perceber uma segregação de gênero em relação ao uso de tatuagens. Dessa forma, questionamos: de que forma são construídos, no momento da produção discursiva, os sentidos sobre tatuagens no corpo feminino frente a concepções do imaginário social dos gêneros, a partir do funcionamento da memória discursiva? O objetivo, então, é analisar o funcionamento discursivo dos sentidos materializados em dois tipos de tatuagens: pimenta e tribal, visualizando como estão relacionadas às questões de gênero. Foram selecionados dois tipos de tatuagens distintas que se tornaram populares a partir dos anos 90: tatuagem de pimenta e a tatuagem tribal. Para desenvolver um trabalho de análise e reflexão sobre elas, foi realizada uma revisão bibliográfica em materiais teóricos, artigos, livros, teses, dissertações, e em sites de pesquisa acadêmica, Google acadêmico e Scielo. Esta pesquisa buscou analisar, no âmbito da Análise de Discurso de tradição pecheuxtiana, a relação da tatuagem, enquanto gesto simbólico materializado no corpo, com a construção da identidade do indivíduo. Foi visto que quando o sujeito expõe seu corpo como um espaço de possível textualização discursiva, sentidos e sujeitos constituem-se concomitantemente. Desse modo, com esse estudo, percebemos que as tatuagens são visualizadas de formas diferentes, a depender do corpo, fazendo parte de uma conjuntura ideológica. Em geral, as tatuagens fazem parte de um enunciado, e como qualquer outro está submisso a ser explorado, analisado e interpretado. |
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