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A produção discursiva é condicionada à imagem do enunciador, que está situado em um contexto histórico e social determinado. Nesse sentido, o discurso negacionista, que emergiu do então presidente Jair Messias Bolsonaro durante o momento histórico da pandemia da Covid-19, fundamenta esta pesquisa. Para tal, tem como questionamento de pesquisa: de que forma se constituiu uma vontade de verdade em torno do discurso negacionista do então Presidente da República sobre a pandemia e como ela se materializa discursivamente? Objetiva-se analisar o discurso do Governo Federal no contexto da pandemia da Covid-19. Como objetivos específicos: compreender as condições de produção que possibilitaram a emergência dos discursos negacionistas do então Presidente; mostrar o funcionamento do interdiscurso que colabora para a construção da verdade e identificar as formações discursivas que se formaram a partir do discurso presidencial. O corpus dessa pesquisa constituiu-se do pronunciamento presidencial (veículado nas redes sociais do presidente e nas mídias digitais) a respeito da Covid-19, que se constituiu como um discurso de verdade. Como fundamentação teórica, recorreu-se à obra de Michel Foucault (2012), que trata sobre a relação de poder na esfera social, para quem também o discurso pode ser uma forma de controle social e de interdições. O trabalho se ancora também no aporte teórico de Pêcheux (1990), Fiorin (2012), entre outros. Os resultados do estudo demonstram que durante o período da pandemia Covid-19, o discurso que emergiu da figura do então Chefe do Executivo produz o efeito de sentido negacionista, tendo em vista que contestava nao só a letalidade do vírus, como também a comunidade científica, através de estratégias para que esses discursos adquirissem legitimidade. Além disso, verificamos que as ideologias neoliberais que lastreavam o discurso oficial priorizavam a economia em detrimento à vida. |
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