Entre a devoção e o hedonismo: diferentes perspectivas de beleza em "O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo geral investigar as perspectivas do que seria a beleza e qual o seu propósito em O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, com os objetivos específicos de realizar uma análise interpretativa das interações entre os personagens Basil Hallward, Henry Wotton e Dorian Gray; e discorrer sobre a evolução do protagonista Dorian Gray e as consequências de sua busca pela manutenção de sua estética. A primeira parte do trabalho apresenta uma perspectiva histórica da influência das diferentes visões de beleza nas expressões artísticas, com ênfase na literatura do período vitoriano. A pesquisa se fundamenta em textos de Umberto Eco (2004) e Burgess (1999) para contextualizar essas influências. A segunda parte foca na análise O Retrato de Dorian Gray, analisando as perspectivas de beleza apresentadas pelos personagens Basil Hallward e Henry Wotton. Esta análise examina como essas perspectivas moldam as ações do protagonista Dorian Gray e influenciam sua trágica trajetória. A análise da obra mostra que a perspectiva de beleza apresentada por Basil Hallward se apresenta como algo romântico e devocional, enquanto o personagem Henry Wotton, com sua perspectiva hedonista de vida, enxerga na beleza uma ferramenta para aproveitar a vida baseada no prazer e aproveitando novas sensações. Estas influências acabam culminando no desenvolvimento de um Dorian Gray narcisista, que recorre à negociação inconsciente de sua própria alma para manter sua estética intacta.