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A inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ensino regular desafia os educadores a reformular e inovar suas práticas pedagógicas, levando em consideração que as estratégias de ensino devem atender às singularidades desse grupo (Silva Neto et al., 2018). O TEA é uma condição do grupo dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, caracterizada por comprometimentos nas áreas de interação social, comportamento, entre outros (Brasil, 2010). Nesse viés, o presente artigo visa analisar as ações docentes de professores de língua portuguesa e outras disciplinas, através da aplicação de um questionário escrito, sobre o ensino de alunos com o TEA. Buscamos, especificamente, reconhecer as dificuldades enfrentadas por esses docentes e suas adaptações quanto ao processo de inclusão e investigar a mediação dos auxiliares de classe nas aulas e a formação continuada dos professores em geral nesse contexto de ensino. Realizamos a pesquisa em uma escola pública de ensino fundamental (6° ao 9° ano), em São Sebastião de Lagoa de Roça/PB, adotando uma abordagem qualitativo-interpretativa, de base exploratória, no campo da Linguística Aplicada interdisciplinar. Os dados gerados apontam para: quanto aos desafios, esses são relacionados à sobrecarga sensorial causada pelo barulho decorrente da indisciplina dos colegas, à falta de informações prévias sobre a presença de alunos com TEA e à fragilidade na comunicação entre professores e alunos; no processo de inclusão, alguns professores adaptam as atividades às necessidades individuais dos alunos com o espectro, enquanto outros não o fazem devido à sobrecarga de trabalho; os auxiliares de classe atuam na mediação das atividades e no manejo do comportamento dos alunos; e a maioria dos professores não recebeu treinamento especializado, com apenas um participando de uma palestra e outro sendo capacitado em uma escola privada. Concluímos, portanto, que, apesar das diretrizes claras da legislação brasileira para a inclusão escolar de qualidade, há uma lacuna significativa na educação inclusiva, sobretudo, do ponto de vista da formação docente inicial e continuada. |
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