Além dos limites sociais: a mulher de Bath como símbolo de resistência ao patriarcalismo em "The Canterbury Tales”

Abstract

“The Canterbury Tales” é uma obra seminal de literatura inglesa medieval, escrita por Geoffrey Chaucer no final do século XIV. A obra consiste em uma série de contos narrados por um grupo diversificado de peregrinos a caminho do santuário de Thomas Becket, em Canterbury. Cada personagem conta uma história que reflete suas próprias experiências, valores e visões de mundo, proporcionando um rico panorama da sociedade medieval. Entre essas personagens, a “Mulher de Bath” destaca-se por desafiar as normas sociais de sua época com suas opiniões francas sobre casamento, sexualidade e poder feminino. Esse estudo tem como objetivo central investigar como a personagem Alice, em “A mulher de Bath”, de Geoffrey Chaucer, desafia as convenções sociais e os papéis tradicionais atribuídos às mulheres. Através dessa análise, o estudo oferece uma visão crítica e perspicaz das dinâmicas de gênero e poder no período medieval. Para que nossos objetivos fossem alcançados, utilizamos a abordagem qualitativa juntamente com pesquisas bibliográficas. A fundamentação teórica baseia-se em obras de Cohn, (1997), Duby (1976), Le Goff (2006), Millet (1970), Hanawalt, (1986), entre outros. Esses autores oferecem insights sobre as estruturas sociais e culturais da Idade Média, as dinâmicas de poder, a história do corpo, o patriarcado, a subjetividade feminina, questões de gênero e identidade, além de análises críticas sobre o papel das mulheres na história e temas como o patriarcalismo, a binaridade, a historicidade e o feminismo. Deste modo, este estudo busca explorar a complexidade das relações sociais na Idade Média, com foco especial no contexto do casamento e do amor cortês. Além disso, pretende-se compreender como Alice, com sua personalidade e suas múltiplas experiências de casamento, representa e subverte as expectativas sociais de sua época. Além disso, o trabalho constata que a personagem corresponde ao imaginário feminino medieval, que segundo os ideais religiosos da época, Alice se encaixava perfeitamente no rótulo de pecadora, assim como Eva.