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Introdução: As lesões periapicais são um grupo caracterizado como uma reação secundária de
defesa do hospedeiro à invasão de microrganismos pelo canal radicular. Uma vez que haja
continuação do estímulo, a lesão pode evoluir dando origem a uma das suas formas crônicas,
que correspondem aos granulomas periapicais (GP), cistos radiculares (CR) e Cistos radiculares
residuais (CRR). Objetivo: Avaliar os achados clínico-morfológicos das Lesões Periapicais
Crônicas (LPCs), em uma serie de casos de GP, CR e CRR. Metodologia: A amostra foi
coletada do Serviço de Patologia Oral da UEPB, do período de 10 anos. Os dados clínicos
(idade, sexo e localização anatômica) foram coletados das fichas clínicas e os achados
morfológicos analisados através de microscopia de luz, em lâminas coradas em H/E. Na análise
estatística utilizaram-se os testes exato de Fischer e Qui-quadrado, com valor de p<0,05.
Resultados: Dos 4808 casos do Serviço, 508 casos (10,6%) correspondiam as LPCs e, dentre
estas, observou-se que os GPs foram as lesões mais frequentes (n=264; 51,96%). Em relação a
idade dos pacientes, observou-se diferença significativa do grupo dos GPs e CRs, quando
comparado aos CRRs (p<0,0001). A localização anatômica mais prevalente nos GPs e CRs foi
a região posterior de mandíbula e nos CRRs foi a região anterior de maxila. Nos achados
morfológicos, houve maior frequência do infiltrado inflamatório grau II/III nos GPs (n=246;
72,3%) e CRs (n= 112; 48,9 %) e grau I nos CRRs (n=10; 66,7%) apresentando diferença
significativa entre os grupos (p<0,0001). Houve diferença significativa quanto ao tipo de
epitélio (p=0,012) e o grau de infiltrado inflamatório (p<0,0001) entre os grupos. Observou-se
diferença significativa da presença de corpúsculos de Russel, imagens negativas de cristais de
colesterol, macrófagos espumosos e corpúsculos de Rushton entre os grupos de lesões
estudadas (p<0,05). Conclusões: As LPCs apresentam um grau de incidência elevado na
população e um bom entendimento da epidemiologia, das suas características clínicas e
morfológicas são de extrema valia para um correto diagnóstico destas lesões. |
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