Resumo:
Esse artigo se propõe a analisar como a cisão Natureza/Cultura e as dicotomias associadas a
elas são representadas na obra literária "O Som do Rugido da Onça", de Micheliny
Verunschk, a partir dos pressupostos teóricos dos estudos descoloniais que privilegiam a
biodiversidade dos seres e negam hierarquias epistemológicas constituídas pelos discursos
eurocêntricos. Partindo dessa ótica, foram elencados três pontos de discussão: i. relações de
oposição entre a cosmovisão ameríndia e o pensamento Ocidental para [re]pensar concepções
de humanidades; ii. o “devir-animal” como possibilidade de experienciação das potências
revolucionárias; iii. a vertente Ecofeminista como estratégia de análise das opressões
compartilhadas entre as mulheres e a natureza. Sustentamos que a obra dialoga com os
pressupostos ecofeministas e se propõe a pensar as multiplicidades desde dentro, pois
privilegia as ressonâncias da ecosfera e o co-agenciamento produzido na imanência dos
contágios entre as vozes subalternas para fazer falar as bordas e produzir singularidades.
Descrição:
SILVA, Y. R. Perspectivismo e multinaturalismo na obra “O som do rugido da onça” de Micheliny Venunschk: uma análise ecofeminista das relações de poder e dominação. 2023. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Português).- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.