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Neste artigo discutimos a representação do indígena no livro juvenil Órfãos de Haximu (2010),
de Inês Daflon e Maria Lúcia Daflon, com ilustrações de João Caré. Na referida obra, ficção e
realidade entrelaçam-se em referências ao povo Yanomami. O enredo apresenta a história do
jovem Yanomami Daniel, separado da sua irmã gêmea Nape ao nascer, devido à prática cultural
que, em caso de gêmeos, seleciona a criança mais forte e saudável para viver e condena à morte
a mais frágil. Para salvar o filho, Philip Spenser foge levando o menino para Londres. Passados
alguns anos, Daniel descobre que é um órfão de Haximu e que tem uma irmã. Ao terminar seus
estudos, viaja para o Brasil para pesquisar um pouco mais sobre o seu passado e a respeito da
cultura de onde teve origem. Este enredo entrelaça-se com fatos reais, como o Massacre de
Haximu (1993), quando indígenas Yanomami foram mortos por garimpeiros e a disputa na
reserva Raposa Serra do Sol. A análise da obra busca resposta para a seguinte questão: De que
forma a obra Órfãos de Haximu aborda questões de identidade e diversidade cultural na
representação dos povos indígenas? Para responder a tal pergunta nosso objetivo geral é
analisar na obra selecionada a reprodução (ou subversão) das práticas culturais frente às
questões de diversidade e identidade na luta dos povos originários pelos seus direitos. Como
objetivos específicos, elencamos: 1) Relacionar os conceitos de cultura, identidade e
diversidade à trama construída em "Órfãos de Haximu"; 2) analisar a obra a partir de um viés
crítico, explorando os recursos de linguagem e temáticos. Metodologicamente, esta
investigação trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo exploratória descritiva e o trabalho
fundamenta-se em Graúna (2013), Munduruku (2020), Potiguara (2018), Silva (2012), Hall
(2006), entre outros. |
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