Resumo:
O suicídio é um fenômeno social complexo, influenciado por fatores estruturais como as desigualdades econômicas, a alienação promovida pelo capitalismo e o enfraquecimento dos laços comunitários, aspectos analisados pelas perspectivas de Émile Durkheim e Karl Marx. Dados globais, nacionais e regionais revelam um cenário alarmante: cerca de 700 mil mortes anuais (OMS, 2021), com aumento expressivo entre os jovens de Campina Grande, onde as tentativas de suicídio representaram, em 2024, a terceira maior causa de atendimentos hospitalares. A mídia exerce um papel ambivalente nesse contexto, pois o chamado efeito Werther, associado à cobertura sensacionalista, pode ampliar o risco de contágio, como evidenciado nos casos do goleiro Robert Enke e da série “13 Reasons Why” (2017), ambos seguidos por elevações nas taxas de suicídio. Em contrapartida, o efeito Papageno evidencia o potencial preventivo de narrativas de superação e da divulgação de recursos de apoio, em consonância com as diretrizes da OMS. Este estudo analisa a cobertura midiática de suicídios, incluindo casos de repercussão regional, e conclui que a prevenção exige práticas jornalísticas éticas, políticas públicas eficazes para o enfrentamento das desigualdades sociais, acesso ampliado à serviços de saúde mental e a superação de tabus.
Descrição:
ARAÚJO, João Vitor de. Suicídio, efeito Werther e as consequências da espetacularização pela mídia: o papel do jornalismo na prevenção e no agravamento do problema. 2025. 38f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Jornalismo). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2025.