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O compartilhamento instantâneo de informações, amplificadas dramaticamente pelas mídias sociais em um contexto de infodemia, torna o meio digital um terreno fértil para a disseminação de Fake News. Nessa realidade, é fundamental compreender a desinformação como um problema de alcance massivo e consequências dramáticas, que se estende até a esfera política e a todos os aspectos da informação. Para denominar esses efeitos, este trabalho adota o termo harrypotterização, propondo um diálogo comparativo entre os elementos narrativos das Fake News na obra literária Harry Potter e um caso real recente: os atos antidemocráticos ocorridos no Brasil em 8 de janeiro de 2023. O trabalho investiga de que forma temas como Fake News, câmaras de eco e polarização política se manifestam tanto na ficção quanto na realidade, evidenciando semelhanças estruturais entre os dois contextos. Para isso, seleciona trechos dos volumes finais da saga de J.K. Rowling e três reportagens do portal G1 (2023). Embasado nos aportes teóricos de Raquel Recuero (2024), Eli Pariser (2012) e Byung-Chul Han (2022), o trabalho adota metodologia qualitativa, com caráter descritivo e documental, pois através da busca de informações em reportagens e livros, faz uma descrição detalhada da forma como se apresentam esses fatos para traçar uma análise comparativa de narrativas. Os resultados apontam que a manipulação da informação, a construção de inimigos simbólicos e o fechamento comunicacional de grupos sociais são elementos comuns aos dois universos, reforçando a urgência de priorizar o enfrentamento à desinformação como condição fundamental para a preservação da democracia e de outras instâncias importantes da sociedade. Conclui-se, através das narrativas de repressão, resistência e verdade em Harry Potter, que os efeitos das Fake News podem ser avassaladores e/ou irreversíveis na sociedade contemporânea. |
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