Resumo:
O objetivo geral deste trabalho é analisar como a personagem Quinni, da série Heartbreak
High (2022), contribui para a desconstrução de estereótipos sobre o Transtorno do Espectro
Autista (TEA) na mídia, com base em descrições acadêmicas e clínicas do espectro. A
pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório abordado por Lösch et al.
(2023), com base na análise de conteúdo descrita por Santos (2012). A fundamentação teórica
tem como base principal autores científicos como Murray (2008), Ortega (2008), Mittmann et
al. (2023), Hungerford et al. (2025), Soares e Brito (2024), Lai et al. (2015), Freire e Cardoso
(2022), Sá (2023), Happé e Frith (2006), o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais – DSM-5 e DSM-5-TR (APA, 2014; APA, 2022), entre outros. Além de referências
sobre outras representações midiáticas no autismo. A análise foi realizada a partir de cenas
selecionadas de três episódios da primeira temporada e um episódio da segunda, de forma
estratégica para abordar elementos visuais e narrativos que evidenciam características clínicas
do TEA, como dificuldades de interação social, hipersensibilidade sensorial, rigidez cognitiva
e hiperfoco. Por Quinni ser mulher, autista e interpretada por uma atriz autista, a personagem
traz consigo uma representação mais fiel da maioria das pessoas no espectro, especialmente
mulheres, que foram historicamente invisibilizadas nos estudos e nas narrativas audiovisuais.
Como resultado da pesquisa, observou-se que a personagem Quinni, da série Heartbreak
High, representa uma ruptura significativa nos estereótipos clássicos de autismo
frequentemente reproduzidos pela mídia. Sua construção narrativa evidencia uma
representação mais autêntica e humanizada, que dialoga com critérios clínicos do TEA e com
características específicas do autismo feminino, como o mascaramento. Ao ser comparada a
personagens masculinos como Sam Gardner (Atypical, 2017) e Shaun Murphy (The Good
Doctor, 2017), Quinni contribui para trazer visibilidade a outras vivências dentro do espectro
e desconstruir o apagamento histórico de mulheres autistas nas representações audiovisuais.
Descrição:
GUIMARÃES, A. M. R. Narrativas de neurodivergência: a desconstrução de estereótipos do autismo na mídia através de Quinni, em Heartbreak High. 2025. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Inglês) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2025.