Resumo:
O cordel, como meio de comunicação, configura-se por ser uma narrativa na qual o cordelista tem a pretensão de travar um diálogo com o leitor. A comunicação entre o sujeito social e o cordelista é marcada pela intencionalidade do cordelista em convencer o público a respeito da possível veracidade de suas narrativas. Assim, este artigo objetiva-se analisar o processo de construção do perfil do cangaceiro Lampião perante a literatura de cordel, ao mesmo tempo em que busca verificar a concepção da literatura de cordel, enquanto narrativa de comunicação. Para tanto, parte-se do método de análise de discurso, haja vista que se trata de um método que tem por base a análise da linguagem, que funciona na relação com o político, com a subjetividade e com a ideologia. Nestas concepções, identifica-se que a dualidade que rege a construção da figura do cangaceiro Lampião na literatura de cordel é condizente com as questões subjetivas dos autores/cordelistas. Portanto, para alguns, Lampião foi “rei”, justiceiro, vingador, “herói”, para outros, um bandido sanguinário e desordeiro. Um jogo de complexidade que mexe com o imaginário popular.
Descrição:
BARROS, J. S. de. O cordel enquanto leitura de realidade. 2013. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 2013. [Artigo]