dc.description.abstract |
Como tempo, a sociedade sofre mudanças pela diversidade e pluralidade tanto de indivíduos
quanto das práticas sociais que norteiam a vida humana. Mas em que medida a escola e o
professor vêm operando de forma a tornar funcional, e mesmo pragmático, o ensino que deve
ser contextualizado com as práticas culturais dos sujeitos que atuam em sociedade? Disso
decorre o objetivo deste trabalho: explorar e analisar livros didáticos de língua portuguesa,
buscando verificar se é levado em consideração, pelos autores, o contexto de atuação dos
alunos que frequentam o Ensino Médio brasileiro, no que se refere ao trabalho dos conteúdos
linguísticos por meio da análise linguística que deve se efetivar em espaço escolar. Parte-se da
proposição de que tais instrumentos de ensino devem habilitar os alunos para a utilização dos
recursos linguísticos na produção de sentidos. Este trabalho se justifica pela importância de se
repensar o ensino/estudo de linguagens nos dias atuais, averiguando o livro didático do
Ensino Médio que circula em escolas públicas das cidades paraibanas de Itatuba, Fagundes e
Soledade. O presente estudo é fruto de um levantamento bibliográfico (fundamentos teóricos)
e documental (livros didáticos de língua portuguesa e manual do professor) de cunho
qualitativo. A análise focou os operadores argumentativos (conjunções) e o norte que é dado a
esse estudo pelo manual do professor. Para alcançar o objetivo proposto, analisaram-se,
especificamente, os capítulos que tratam do estudo das conjunções de três livros didáticos, a
fim de verificar se o material didático fornecido para a educação pública se enquadra com as
orientações dispostas nos documentos oficiais e os arcabouços teóricos que compõem os
estudos semânticos; tendo em vista o trabalho desses operadores argumentativos de forma
contextualizada em ambiente escolar. Para tanto, tomou como orientação os direcionamentos
contidos nos documentos oficiais dirigidos para o Ensino Médio: PCNEM (2000), RCEM-PB
(2006). Consultaram-se também os autores que discorrem acerca do ensino de língua materna
no Brasil, tais como Geraldi (2000), que defende a ideia de que o ensino de língua portuguesa
deve ser feito a partir dos textos produzidos no meio social e, sobretudo, os textos produzidos
pelos alunos para a prática da análise linguística. Muller & Viotti (2005) e Gomes (2003)
permitiram ao estudo corrente repensar acerca das contribuições das semânticas, e suas
diferentes formas de estudo, em prol do aperfeiçoamento da linguagem humana em instituição
escolar, com ênfase na diversidade de sentidos que os gêneros textuais atualizam quando
posto em uso. Os capítulos analisados dos livros didáticos selecionados, referentes ao ensino
das conjunções, demonstram que ainda estão presos aos estudos da gramática tradicional e
não deixa se influenciar pelos estudos linguísticos contemporâneos, com ênfase nas teorias
semânticas. |
pt_BR |