Resumo:
Partindo do pressuposto de que o livro didático é o suporte pedagógico mais utilizado pelos
professores em sala de aula, ressaltamos a relevância do trato com alguns gêneros comumente
utilizados nesse material. Nesse sentido, a partir dos princípios da Análise Dialógica do
Discurso (ADD) buscamos verificar como se dá a abordagem dos gêneros charge e tira no
contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para tanto, objetivamos: realizar uma
análise de livro didático de Língua Portuguesa da EJA e refletir, a partir da Análise Dialógica
do Discurso, como o livro didático pode contribuir com a formação cada vez mais cidadã e
reflexivo desse sujeito que está inserido no espaço de educação não regular, mas oficial. Do
ponto de vista teórico, tivemos contribuições de estudiosos como Bakhtin/Volochínov (2006),
Bakhtin (2011), Piconez (2012), Oliveira (2010), Koch & Elias (2011a; 2011b), Patriota
(2011), Antunes (2003), Almeida (2013), dentre outros. Do ponto de vista metodológico,
analisamos o livro didático “Caminhar e Transformar: língua portuguesa”, da autora Priscila
Ramos de Azevedo Ferreira: livro publicado no ano de 2013 e direcionado ao ensino da EJA.
Os resultados apontam que a abordagem do gênero discursivo charge e tira no LDP da EJA
não está direcionando totalmente para uma pespectiva dialógica do ensino do gênero. Devido
as reflexões feitas, vemos que a autora chega a infantilizar o ensino desses gêneros com
questões, aparentemente, discursivas e dialógicas, quando, de fato, não são. Essas questões
não colaboram para o ensino da criticidade dos alunos da EJA, sendo questões muito óbvias,
além de, em específico no espaço de produção escrita, haver confusões conceptuais entre os
gêneros charge, tira e histórias em quadrinhos.
Descrição:
Bezerra, A. A. A charge e a tira em um livro didático de língua portuguesa: por uma abordagem dialógica de ensino na EJA. 2015. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.