Vocação: fuga ou dom? O comportamento religioso controverso de “Eurico, o presbítero”

Abstract

Alexandre Herculano, um dos principais nomes da literatura romântica em Portugal, debruçou sua vida sobre o trabalho intelectual, avaliando e apontando os problemas sociais, políticos e culturais de seu país. Dentre suas principias obras, destaca-se Eurico, o Presbítero. O posicionamento religioso do personagem Eurico é controverso e duvidoso, tendo em vista que a vocação sacerdotal não lhe era presente; mergulhado em uma época em que a carreira eclesiástica era vista como uma forma de ascensão social, status ou fuga amorosa, ao contrário do esperado, ou seja, por vocação, Eurico inicia uma interessante vida sacerdotal, mas sem esquecer o que o motivou a este destino. Partindo das teorias que estudam o Romantismo no sec. XIX, este trabalho trata das características específicas deste momento da literatura, destacando a evasão, a fuga da realidade, de acordo com Moisés (2008) e Saraiva e Lopes (2008), além de focalizar conceitos de felicidade, estabelecidos por Sócrates (CHAUÍ, 1997), e vocação, em uma perspectiva espiritual (LA CROIX, 1942).