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A sociedade atual é marcada por uma dicotomia marcante entre gênero, o masculino e o feminino, que estabelece os papéis sociais, estereotipando e estigmatizando. Demonstrando uma polaridade de valores culturais e históricos, sempre demonstrados como diferenças naturais, como determinadas características ligadas a um sexo biológico. Esse androcentrismo marca as ciências, sobretudo a criminologia, que tem um universo predominantemente centrado no masculino (o crime e os criminosos), deixando desta forma uma lacuna de estudos sobre a relação entre crime e gênero feminino. De fato, por muitos anos, a criminologia ignorou ou subjugou os estudos da mulher enquanto sujeito ativo do crime. Considerando-a, desde Lombroso, como sujeitos apenas de crimes como prostituição, ou relacionados a perturbações emocionais ou hormonais, como estado menstrual, puerperal, entre outros. Porém, é fato notório que esses conceitos não condizem com a realidade e necessitam de um estudo mais aprofundado. É necessário observar e constatar vários fatores nos crimes femininos, como, por exemplo, que uma história passada de violência tem sido constantemente considerada como preditiva da violência subsequente. Há uma relação mais complexa do que simples causalidade, onde devem ser considerados fatores como idade, status socioeconômico, criminalidade prévia, assim como abuso de substâncias, medicamentos, entre outros. Nesse contexto, procuramos traçar um perfil sociodemográfico e criminal das mulheres que cometem homicídio, identificar qual é o perfil das mulheres que se inserem nessa criminalidade tão brutal. |
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