Resumo:
Para compreender a criança de maneira integral se faz necessário refletirmos sobre
todo o processo pelo qual a concepção de infância e de criança vem passando ao
logo dos tempos, abrangendo todos os olhares envoltos e as distinções de
significados que permeiam esse grupo. Nessa perspectiva, destacamos a
importância de pensarmos em práticas docentes e espaços escolares, voltados para
educação de crianças, que valorize e oportunize o disseminar das culturas infantis,
por meio de suas interações, fantasias, percepções, explorações. Nesse sentido, o
presente estudo teve como objetivo discutir sobre a construção social da infância
com um olhar para as culturas infantis, de forma mais específica, como elas se
estabelecem no contexto da Educação infantil. A metodologia utilizada para atender
a nossos objetivos foi à qualitativa, onde fizemos uso de pesquisas bibliográficas de
autores que abordam o tema proposto, como também um estudo de caso a partir de
observações realizadas em uma turma de Maternal III. Foram sujeitos da pesquisa
quatorze crianças de três anos de idade de uma escola da rede privada de Campina
Grande-PB. Como instrumento de coleta de dados, utilizamos a observação, cujas
cenas foram escritas em um diário de campo. Utilizamos como suporte teórico
autores como: Philippe Ariès (1981), Sarmento e Pinto (1997, 2003, 2005, 2007,
2008, 2009), Perrotti (1990), Corsaro (2009, 2011), Barbosa (2009, 2010), Martins
Filho (2005), Lima (2014), Santos (2014), Brandão (2007), Melo, Brandão, Mota
(2009), entre outros. Podemos compreender, ao longo de estudos, que a criança a
cada dia ocupa mais espaço nos contextos sociais, onde estas são influenciadas
pelas culturas adultas, porém, se apropriam das situações vivenciadas por meio da
interação crianças - adultos e crianças e seus pares para significar e ressignificar
ativamente tudo a sua volta, produzindo sua própria cultura, deixando, assim, sua
marca na sociedade.Nessa perspectiva, faz-se necessário um olhar atento a todas
as necessidades das crianças, enquanto sujeitos pensantes, protagonistas de seus
conhecimentos, a fim de evitar e abolir toda prática pedagógica voltada para o
silenciamento das crianças, mas, reforçar uma prática docente que ponha essa
criança como cerne das suas idealizações a partir da reflexão-ação-reflexão,
respeitando-as enquanto seres sociais, plurais e singulares, sujeitos de direitos, em
suas diferentes linguagens, mensageiros de culturas próprias, intensas e
verdadeiras.