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O objetivo desse artigo é tecer algumas reflexões sobre a Proposta de Emenda à
Constituição, nº 171, de 1993, do ex-Deputado Benedito Domingos, e todas as
propostas a ela apensas, que pretendem modificar o art. 228 da Constituição da
República (CR/88), com o intuito de reduzir de dezoito para dezesseis anos a chamada
“maioridade penal”. Com amplo discurso favorável por parte da mídia e de boa parte da
população, a questão tem se baseado no senso comum e resta ausente de dados
estatísticos e respaldo científico. Além disso, depara-se com a contradição presente no
fato de que os encarceramentos de jovens não privilegiados e em situação de
vulnerabilidade de direitos, que atendem à reivindicação de grandes setores da
sociedade, em lugar da efetivação das medidas contidas no Estatuto da Criança e do
Adolescente, cresce na mesma medida que os índices de violência. Nesse sentido, o
presente artigo contextualiza o tema sob uma ótica multidisciplinar, tomando por base
tanto teorias basilares sobre os direitos fundamentais quanto algumas considerações
doutrinárias, no âmbito da Sociologia e da Teoria da Linguagem, que abordam a
influência da mídia na formação de uma consciência coletiva e nos processos decisórios
do ambiente democrático. Buscou-se discutir o tema sob o viés do método dedutivo e
metodologia de pesquisa bibliográfica e documental, com base em referenciais teóricos
de áreas distintas, com aporte doutrinário e normativo embasado tanto na Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988, quanto no Estatuto da Criança e do
Adolescente, o ECA. |
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