Resumo:
Este trabalho de conclusão de curso apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida numa escola da rede pública de ensino na cidade de São Sebastião de Lagoa de Roça-PB. O objetivo era investigar e problematizar como as brincadeiras no ambiente escolar interferem e contribuem para a legitimação da desigualdade de gênero, cooperando para a construção de estereótipos que marcarão a imagem e a identidade do que se entende por masculino e feminino. O estudo aconteceu orientado por um tipo pesquisa denominado Pesquisa-Ensino. É um método de estudo no qual o/a professor/a converte-se à condição de professor-pesquisador ou professora-pesquisadora permitindo ao(a) mesmo(a) encontrar respostas que contribuam para a construção de um conhecimento ajustado a sua realidade, de modo que com os resultados obtidos possam (re)adequar a sua prática pedagógica viabilizando o aperfeiçoamento profissional. Portanto, a observação e coleta dos dados foram realizadas na própria sala de aula da pesquisadora com uma turma multisseriada (1º e 2º anos do Ensino Fundamental) de uma escola do campo na zona rural da cidade de São Sebastião de Lagoa de Roça. Dedicamos especial atenção ao estudo bibliográfico considerando, a princípio, as contribuições dos pesquisadores e das pesquisadoras da temática, entre eles: Vera Maria Candau (2008), Rita Vieira de Figueiredo (2011), Guacira Lopes Louro (1997; 2014), Judith Butler (1999), Beatriz Accioly Lins (2016), Daniela Auad (2012), Kátia Benevides (2009) e outros/outras. Com este estudo pretendíamos olhar a nossa realidade da forma mais objetiva possível e analisá-la buscando formas de contribuir com estratégias pedagógicas a fim de combater os equívocos que no contexto escolar continuam a perpetuar o discurso de desigualdade de gênero. Dentre os principais resultados obtidos com as crianças que participaram da Pesquisa-Ensino podemos citar: a mudança de visões, pensamentos e práticas que colocavam as meninas em posição de desigualdade em relação aos meninos e a transformação das brincadeiras – que passaram das práticas de separação entre os grupos de meninas e meninos, para atividades que envolviam todo o coletivo. Nesta perspectiva, consideramos que para o sucesso da proposta de Educação para a Igualdade de Gênero e para construção de uma sociedade menos desigual e mais democrática são imprescindíveis: a educação escolar centrada no currículo orientado para a diversidade e os direitos humanos e a formação de educadoras e educadores sensíveis e respeitosos das diferenças.
Descrição:
ARAÚJO, K. P. de. "Meninas não gostam de suar" o papel das brincadeiras na educação para igualdade de gênero. 2018. 88f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.