Resumo:
No universo das preocupações com as funções sociais da escola,
enquanto instituição responsável pela educação e socialização das novas gerações, no
momento em que a sociedade torna-se cada vez mais complexa e exigente de
competências técnicas e intelectuais, em detrimento das relações humanas, o presente
artigo busca elucidar a importância da educação escolar no desenvolvimento sócioafetivo
das crianças. A crise generalizada que presenciamos nas transformações das
relações familiares e sociais como um todo, onde as manifestações de desrespeito, de
intolerâncias e atos de violência estão presentes também no interior da escola, aponta
para a necessidade de priorizar a humanização e a afetividade no trabalho educativo,
como forma de minimizar os efeitos sociais devastadores da falta de afeto entre os seres
humanos. Dessa forma, ao longo deste artigo, buscaremos traçar considerações sobre
diferentes abordagens conceituais acerca da afetividade. No âmbito da Psicologia,
recorremos às abordagens de Jean Piaget, cuja teoria do desenvolvimento cognitivo
enfatiza, também, o papel da afetividade no progresso intelectual. Outro autor que trata
desse desenvolvimento psicológico é Vigotsky, para quem a afetividade tem influência
fundamental na aquisição de conhecimentos, assim como tem significado construído
social e culturalmente. Henry Wallon, também concebendo as relações afetivas como
essencialmente culturais, emprega à afetividade um papel imprescindível ao
desenvolvimento humano, pois, na sua visão, a capacidade de relacionar-se
afetivamente é que vai, ao longo da história, produzindo o ser humano como ser social.
No que se refere à própria dimensão pedagógica do desenvolvimento afetivo, buscamos
a fundamentação no pensamento de Paulo Freire, para quem o ato educativo é ao
mesmo tempo político e afetivo; como também, embasamos nosso estudo com a
multidimensionalidade do sujeito evocada por Edgar Morin, para quem o indivíduo e o
meio, ou o próprio conhecimento, não podem ser fragmentados. Recorremos, ainda, à
abordagem de Tardiff e Lessard, que consideram a docência como uma atividade de
interações humanas e, portanto, essencialmente afetiva, inter-relacionando tais
conceitos com as práticas educativas escolares que podem servir a esse
desenvolvimento sadio na socialização e afetividade da criança.
Descrição:
Santos, K. J. de F. A escola e o desenvolvimento sócio-afetivo. 2011. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.