Resumo:
Os estudos em torno do processo adaptativo nascidos de uma perspectiva intertextual
consideram o objeto fílmico produto de um ato criativo que envolve procedimentos
transformativos sobre e para além daquilo apreendido do texto-fonte. Considerando isso, este
trabalho busca analisar como se realiza a construção da descoberta da sexualidade no filme
Unicórnio (2018) do diretor Eduardo Nunes, enquanto adaptação dos contos “O unicórnio”
(1970) e “Matamoros (da fantasia)” (1980), da escritora Hilda Hilst. Portanto, o objetivo desta
pesquisa é analisar os diálogos estabelecidos entre as narrativas, sobretudo aqueles em torno
da representação da descoberta sexual vivenciada pela personagem Maria, considerando o
fenômeno da recriação que envolve as relações entre cinema e literatura. Para isso, foram
utilizados os pressupostos teóricos acerca da adaptação enquanto processo intertextual de
Linda Hutcheon (2013) e Robert Stam (2006; 2008) e a teoria em torno da sexualidade, a
partir de Sigmund Freud (2006) e Jean Laplanche (1997). A análise da transposição temática
nos apresenta a interessante relação interartes que ocorre no processo adaptativo, bem como a
ressignificação advinda do ato criativo que percorre as adaptações.
Descrição:
FERREIRA. M. S. Hilda Hilst no cinema: uma análise da representação da descoberta da sexualidade no filme Unicórnio. 2021. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.