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A análise jusliterária do Testamento Vital proposta no presente estudo parte da
compreensão do instituto para além dos seus aspectos jurídicos, buscando na
comunhão entre literatura e filosofia do Direito as origens que consubstanciam a
problemática da validação do documento no ordenamento jurídico pátrio a partir de
uma ótica civil-constitucional. Serão apresentados os fundamentos sociais e
religiosos, baseados na fábula lusitana, que exercem influência direta sobre o
fenômeno da morte, incidindo reflexos diretos na enfrentamento legal do instituto.
Caracteriza-se como Trabalho de Conclusão de Curso de base bibliográfica e tem
por objetivos, demonstrar a conexão do testamento vital com as diretrizes instituídas
pelos princípios constitucionais, destrinchar sua aptidão para figurar no cenário
jurisdicional como garantidor de Direitos Fundamentais e ainda enunciar as raízes
históricas e culturais que se perpetuam na sociedade, fazendo com que o debate
sobre a chegada da morte seja repleto de tabus e teor sacramental. A metodologia
utilizada no estudo é o resultado da comunhão dos métodos observacional,
qualitativo-descritivo e histórico, a fim de proporcionar um estudo verticalizado do
tema em foco, remontando-se, para tanto, à uma análise apurada das origens
institucionais que fizeram suscitar o fenômeno pesquisado. Como resultados do
estudo, constata-se que: o não enfrentamento do instituto no Direito Brasileiro
impede a consagração do direito fundamental a uma vida digna, ao passo que a
morte, enquanto parte desta, deve ser revestida das mesmas garantias. Outrossim,
o testamento vital, enquanto propulsor dos princípios constitucionais da autonomia
privada e da autodeterminação, não abre espaço para razões que justifiquem sua
invalidação, vislumbrando-se, contudo, motivações de teor moral-religioso presentes
no imaginário social, que repelem qualquer discussão referente a antecipação das
diretivas da morte, em clara aclamação ao que conceituamos como cultura à vida.
Logo, a presente pesquisa, ao apresentar nuances literárias aplicadas ao estudo
jurídico do instituto, torna patente a possibilidade de regulamentar-se o testamento
vital, partindo da consonância que o mesmo guarda com a Constituição Federal,
tornando-se imperioso que noções sociais engessadas no tempo sejam dirimidas. |
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